terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Lágrimas de crocodilo


Há coisas que nos falam que não esquecemos. Talvez porque era uma verdade ignorada ou um defeito nunca percebido. Quando decidimos viver estamos expostos a tais atrocidades: verdades.
Mas mesmo assim, cabe a mim decidir o tamanho delas, decidir se dói ou não, ver as minhas verdades pelos meus olhos, não se importar com aquela opinião aleatória de quem pensa que sabe tudo. 
Eu não sou o projeto de ninguém, só de Deus. Alias, ele é meu maior apoio, Nessas idas e vindas de certezas ele nunca desaparece, mesmo que distante, ás vezes, ele está de olho em mim.
De olho, também, estão estranhos. Não estranhos de vista, mas estranhos de compaixão e de experiencia. Desculpe, mas aquela fase de precisar provar-se para o mundo passou, graças a Deus e a maturidade.  
Ser leve anda sendo meu maior objetivo. Não me deixar estragar pelas laranjas podres também. Não que eu seja especial, só não quero ter aquilo que me desagrada impregnado em mim por consequência de muita proximidade.
Quando sonho vejo outra realidade, uma mais leve, onde eu vejo o horizonte e Deus conduz a vela.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Em cima do muro




















Era uma beleza ser criança. A gente acordava, tomava o café prontinho na mesa e ia pra escola. Aprendia algumas palavras e voltava pra casa ver desenhos e brincar até cansar. Pulava, brincava de bambolê e dormia.
No outro dia a mesma coisa. Encantador pensar como usávamos nossos dias sem pensar. E esse negócio de pensar foi ficando mais sério na medida que o tempo passava. Você começa a pensar nos seus defeitos e no que quer ser. E nesse meio aí você tem que ser forte porque dentro de você moram todos os sentimentos do mundo. Você pinta seu cabelo de colorido pra mostrar pra todo mundo como é diferente, mas na loja existem várias tintas da mesma cor e várias pessoas de outros anos e escolas compraram também. Que copiões!
Você escuta bandas, lê livros e se sente cheio, como se sentisse tudo, como se aquela amizade que você tem desde a quinta série fosse durar pra sempre. E não durou, assim como aquela sua mecha colorida. Você descobriu, no final, que nem era amizade de verdade e que a tinta colorida vai embora no ralo junto com as suas tão inocentes noções de mudança.
Sim, eu sei que até mês passado você tinha que pedir permissão pra ir ao banheiro, mas hoje você tem que assinar aqui, aqui e alí para te darmos esse papel pra você poder votar e a data de inscrição pro vestibular é só até amanhã.
Você passou, parabéns! Agora você precisa se preocupar em se tornar adulto. Que bom que você era bom aluno na escola e não tirava nenhuma nota baixa, agora deixa eu te explicar uma coisa: todo mundo aqui era assim, boa sorte.
Mas espera, senta aqui. É bem no meio dessa bagunça que você encontra pedacinhos da sua personalidade. Tudo começa a ser de verdade, as decepções, as desverdades; mas as felicidades também nunca foram mais verdadeiras. É, não dá saber o que fazer toda hora, mas ouvi dizer que com o tempo fica mais fácil.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Decisões








































Existem pessoas desnecessárias para o mundo, disso todo mundo sabe. Mas cabe a nós mesmos decidir quem tem papel principal na nossa vida e quem é apenas figurante.
Aprendi com o tempo a ignorar a fumaça, não a sugar pra depois cuspir em alguém sem culpa alguma. Muitas vezes ignorar é a melhor situação. É claro que você só aprende isso depois de tanto se desgastar absorvendo toda maldade que você é exposto. É tudo questão de saber tampar o nariz a tempo daquele cheiro ruim não te incomodar.
Mesmo que pareça injusto, depois, na hora que você encosta a cabeça no travesseiro e todas suas escolhas é tudo que te resta, você percebe está sozinha pra lidar com elas. Então não é tão injusto assim. Quando você começa a encarar a vida como sua vida, e suas consequências, você começa a parar de se importar com o que os outros pensam e começa a fazer as escolhas que você acha certo.
A gente percorre um longo caminho, mata um leão, cai na própria ignorância todo santo dia, então naturalmente chega um dia em que você começa a ter problemas de verdade e para de importar com aquelas coisas que te perturbavam antes. A insegurança adolescente acaba virando lenda quando você não tem mais a opção "dar pra alguém decidir pra mim". Você decide tudo e que se dane os outros. Você sabe o que está fazendo. Não se sente mais culpada de ser decidida e tomar as rédeas da sua vida. Afinal, a vida está aí pra ser construída e você não vai se deixar levar por quem perdeu sua chance e está tentando destruir a sua. Ou por quem só é negativo o tempo todo. Você só tapa o nariz e passa reto, deixando tudo isso que te incomodou um dia pra traz e segue em frente para novos desafios.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

TAG: Vou confessar que



















1 - Eu quero escrever um livro.
Acho que desde pequena eu sempre achei incrível quem conseguia escrever um livro inteiro, inventar histórias do nada e fazer outras pessoas chorarem com suas palavras. 
2 - Eu tenho medo de dirigir.
Eu não sei porque, mas eu tenho um medinho de conduzir um automóvel.
3- Detesto usar salto alto.
Até porque eu já sou alta, quando uso salto então: me sinto um poste e meu pé dói pra caramba. Por isso: sapatilhas, hoje, sapatilhas amanhã, sapatilhas sempre.
4 - Eu tenho vontade de falar alemão.
Siiiim, a língua que parece que a pessoa está brava. Porém, eu acho lindo e um dia falarei essa língua linda 
5 -  Quando eu me arrumo demais fico incomodada.
Quando eu passo um batom escuro + sombra = inspirada porém já arrependida. Amo ficar sem maquiagem, passar esfoliante e usar cremes faciais. É quase uma terapia.
6 - Eu odeio fazer serviços domésticos.
Eu acredito que essa minha neura de não curtir fazer limpeza e afins vem da minha mãe. Não que ela não goste de limpar a casa, é bem ao contrario: ela ama. Então desde pequena ela me faz ir de lá pra cá limpando tudo pela frente, mudando as coisas de lugar e isso sempre me irritou demais. Acho que quando eu tiver a minha casa terrei que ter alguém que me ajude nessas coisas haha
7 - Sou caseira.
Sempre fui e sempre serei. Mas não sou do tipo hard, sabe? Eu gosto de sair com meus amigos, mas se eu tiver de escolher entre sair ou ficar em casa, comendo algo e vendo um filme, sempre vou escolher a segunda opção. A não ser que seja algo bem legal e diferente, aí eu penso no assunto.
8 - Eu sou meio perdida.
É assim: estou em casa, alguém me explica o caminho que eu tenho que fazer, tudo bem, entendi, super fácil. Porém, é eu sair na rua que pronto, esqueço o que esquerda/direita e de repente não sei onde estou. Mas estou melhorando, quando tenho que ir num lugar que não conheço, não largo o gps ahah
9 - Eu amo escrever.
Mesmo que eu não tenha lá um grande talento, eu amo por meus sentimentos e loucuras em palaras.
10 - Amo séries.
Estou sempre assistindo alguma série. Já assisti muitas e ainda tenho uma listinha com mais algumas ^-^

domingo, 24 de agosto de 2014

Algo assim




























Quando você chega num ponto em que não sabe definir exatamente onde está, só sentir a correnteza te levar de lá pra cá, você se pergunta de que adianta todo aqueles obstáculos que você já superou, se agora nada daquilo te ajuda a prosseguir.
Sempre achei engraçado como a vida era, quando tudo estava ficando normal, não bom ou ótimo, mas suportável, algo acontecia e lá estava eu no chão de novo. Era como um lugar conhecido, porém eu nunca achei que voltaria lá. E o sentimento de falhar em algo aparentemente tão simples me fazia rir imaginando como eu iria atingir todos aqueles meus objetivos de vida sendo que sempre falhava no mesmo ponto..
Talvez essa minha mania de não aceitar nada quebrado esteja acabando comigo. Talvez só agora eu tenha percebido que isso é um defeito. Percebi que sou toda defeitos.
Enfim, tem sido dias complicados.

sexta-feira, 25 de julho de 2014








































Quando a gente tanta mudar alguma coisa, a gente tem certeza que só com aquela força do nosso braço a gente consegue mudar alguma coisa. Que só querer é poder. 
Talvez esse ditado funcione pra algumas coisas, porém não acredito que tenha o mesmo efeito pra pessoas. Pessoas são pequenos mundos. Mundos esses que muitas vezes pra você não faz sentido.
Já dei muito murro em ponta de faca por aí. Tem coisas que a gente não tem como mudar e eu ainda tenho dificuldades em entender isso. Não consigo apenas aceitar que tal coisa continuará da mesma forma, apesar dos meus esforços. 
A cada dia essa minha mania de tentar entender tudo anda se desfazendo. Assim como a chuva cai e leva as folhas velhas, o tempo e as experiencias vêm e levam a minha ingenuidade para os problemas. 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sou flor,
a risada da terra
e você,
nuvem,
a timidez do céu.  
– Débora Monteiro

terça-feira, 8 de julho de 2014

Algumas coisas que percebi



















Desde que voltei de viagem as coisas parecem estar pedindo para serem mudadas. Me afastar por um tempo me fez ver coisas que eu não via quando estava aqui. 
Aquela falta que eu sentia de amizades perdidas, meus erros que eu repassava na minha cabeça todo santo dia, meus sonhos sem limites e meus sentimentos explosivos. Essas quatro coisas foram se esclarecendo mais a cada vez que eu pensava sobre isso nesse contexto diferente que eu estava. Me fez ver que era tempo de mudanças e que coisas melhores estavam sendo colocadas nos lugares dos meus vãos antigos. Eu estou sendo preenchida com o melhor que Deus tem pra mim. 
Estou aprendendo a me valorizar e valorizar quem está ao meu lado, aprendendo que eu não consigo estar certa sempre, e que sim, a minha vida tem concerto. Estou experimentando um pouquinho de como é a verdadeira felicidade. Sem precisar de coisas materiais e de mendigar atenção de ninguém. 
Estou deixando pra traz tudo aquilo que pesava e não me deixava prosseguir. Algumas coisas que eu achava necessárias para minha caminhada revelaram-se descartáveis; algumas pessoas estão nesse meio. Observei que realmente existem pessoas que tiram o melhor de você e não estão nem aí; fingem que nada aconteceu.
Talvez a culpa seja minha mesmo, quem mandou cair de cabeça em tudo. Porém, agora tenho minhas cicatrizes como lembrete para tomar cuidado
Embora eu tenha me machucado bastante pelo caminho, não culpo ninguém por nada. São minhas cicatrizes e quem as fez teve seus porquês. Não julgarei mais, percebi que tenho defeitos demais pra isso. E outra, sempre que tentava ajudar alguém, acabava com alguma patada bem no meio da testa. Todos perdidos em seus planetas e eu tentando ajudar. Onde eu estava com a cabeça? Não em cima do pescoço.
Então, sim, ainda tenho esperanças de ter umas amizades de volta e até repensar uns sonhos que se perderam, mas não sofrerei mais por isso. Sou muito, muito grata por tudo que tenho agora e não ficarei perdendo tempo chorando pelos meus perdidos, não vale a pena.  

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Some words for someone



















Oi. Estou te escrevendo só pra te avisar que to com problemas no coração. Ele anda pulando por um cara. Bem parecido com você, aliás. Com esse mesmo tom castanho de olhos e cabelos meio acobreados que ficam parecendo chamas no sol. Ah, sem esquecer da risada solta e das manias engraçadas.
Ele também gosta de falar de curiosidades inúteis e do tempo. Gosta de combinar as meias com a camiseta e pentear o cabelo pro lado. Quando chove ele acha que é um crime sair de casa; acha que o chocolate quente fica mais saboroso nessa época. Discordo, não há nada mais saboroso do que um matte.
Ele implica com essas minhas pequenas manias de outro mundo e com a minha coleção de batom vermelho. Ele anda do meu lado como se fosse a coisa mais fácil do mundo e não tem medo de olhar nos olhos. Ele não torce pra nenhum time mas gosta de jogar Sudoku. Sim, o pior jogo inventado de todos os tempos - talvez, só talvez, ele tenha mal gosto para jogos.
Quando viajamos juntos com um grupo de amigos, ele ganhou uma cicatriz na mão direita no metrô movimentado de São Paulo. Percebi que tinha algo de diferente quando ele me puxou pra dançar naquele restaurante que eu não lembro qual no centro de cidade; só lembro que a música era daquelas que a voz do cantor é alta demais e a palavra baby e darling competem pra ver quem aparece mais na letra. O chão do lugar combinava estranhamente com as cortinas. Nós comemos um prato com condimentos demais e pedimos sorvete pra tentar salvar a noite. Acabamos comendo Doritos com Fanta no sofá do hotel assistindo aqueles filmes ruins da madrugada. Sempre sobre famílias estranhas. 
Quando me peguei falando sobre cada detalhe dele para todo mundo, fazendo planos de viagens e comprando cada coisa que me lembrava dele percebi que já era tarde demais para tentar reverter a situação. Fui caindo na rede dele, como quem se aconchega no sofá aos pouquinhos e acaba sonhando. Ele escuta todas as minhas especulações e me faz perguntas que eu não sei responder. Assim, aos pouquinhos, percebi que ele era meu número.
Como você sabe eu sempre transformo tudo e palavras; elas sempre me completam. Coloquei tudo em letras, construí pra você um esboço de como anda aqui dentro. Você me conhece de cor e de traz pra frente. Estou transbordando insegurança, como sempre, então estou te escrevendo. Me responda, talvez com uma daquelas suas perguntas que me deixam sem resposta ou até uma piada sobre meu batom vermelho. Saudades.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dear eighteen


Desculpe pelas tantas expectativas e pressões que coloquei em você. Desculpe por colocar em você responsabilidades minhas e por ser tão tola.
Tenho muito o que te agradecer. Muito obrigado por ter sido um das idades mais estranhas de ter - e isso é bom! Aquela que tira a gente da nossa zona de conforto mas mostra outra forma de vida. Você foi o começo definitivo das mudanças, não dá pra negar. Obrigado por ter sido tão discreto, fazendo mudanças aqui e ali que eu só percebi depois.
Desculpe pelas minhas poucas, porém singelas, palavrinhas. Elas não são das muito fortes, não são de sair por aí explodindo paredes e dando na cara das pessoas, mas eu gosto delas. Aprendi com você a gostar. Muito obrigado pelas experiencias. 

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Conversa com a parede








































Quando a gente convive com a loucura e a insensibilidade todos os dias a gente luta pra não se acostumar e ficar assim também. Não se tornar aquele monstro que tanto nos aterrorizou. 
Cheguei a conclusão de que quem convive num espaço tão conturbado não tem como não se ferir, não tem como ficar alheio e a tudo e escapar das consequências. Ignorar nunca faz desaparecer.
A pior parte de tudo é ver, bem na sua frente, a situação não mudar. E você ali, com toda a sua insignificância apenas sendo um objeto da cena, sem importância. Dói, bem lá no fundo. Num lugar que já tem tanta cicatriz que agora a testa anda dando lugares pra elas. Ali, expostas, todos podem vê-las. Alguns especulam que é sua culpa, outros sentem pena.
Quando o sol bate todos podem ver com clareza meus olhos cansados e fundos combinando com as incertezas da minha cabeça. Olhos escuros, da cor da noite. Aquele olhar tipico de quem já teve suas esperanças esfregadas na lama tantas vezes. 
Aquela esperança que luta pra ficar viva, mas que sabe, coitada, que está sozinha nesse jogo. Ela já foi deixada de lado faz tempo por todos que já se acostumaram com o modo automático, só os tolos ainda guardam as suas. Os tolos sempre tolos. 
Os tolos nunca desistem, por maiores que as cicatrizes fiquem. Pois sabem que no final de tudo, ganha 
quem persiste, 
quem
quem sente.
Os tolos.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Manias


E essa mania de achar que estamos sempre certos? Essa mania de andar sem olhar pros lados ainda ia me levar a um grande tombo. Engraçado como e avida nos exige tanto de uma hora pra outra. Parece que foi ontem mesmo que eu me preocupava com que roupa ir na escola e agora tenho prazos de textos para cumprir e trabalhos enormes para desenvolver. A responsabilidade chega e as desculpas adolescentes saem pelos fundos; os dois não ocupam o mesmo espaço. Pena que ninguém me avisou que seria assim.
Na verdade, as maiores transformações que eu passei não tiveram avisos prévios, apenas chegaram tomando seus lugares e bagunçando tudo. Quando eu já estava me acostumando com uma e pondo tudo no lugar: PÁ, uma rasteira, a vida chegando pra quem mal tinha saído da fase okay-eu-não-me-importo-com-o-que-você-acha-de-mim. Entre tombos e surpresas, sonhos são desfeitos e a realidade é colocada na sua frente. Ela é diferente do que você pensava, não dá pra ignorar um negócio desse tamanho, você não supera isso apenas com um pulinho. 
Aquela frase de Amélie Poulain nunca fez tanto sentido. Sim, são tempos difíceis para sonhadores. Mas isso não significa que temos de desistir só porque alguém disse que não ia dar certo ou porque vimos o tamanho do problema; só que agora nós sabemos que o nosso happy ending não está logo alí, virando a esquina e não existem atalhos. Bom, existem, mas não são para todos.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Sonhos e certezas



















Troquei de cor favorita e mudei o caminho que eu fazia todos os dias. Deletei as músicas que eu gostava e procurei outras.
Andei trocando umas certezas por sonhos e me sinto bem assim. Não exigirei tanto de mim mais, farei o meu melhor, mas agora ficarei satisfeita. Me convenci que não existe formula para realizar os sonhos e que a vida adulta chega pra todo mundo.
Nunca estou 100% vazia, meus textos estão aqui, registrados. Talvez camuflados em frases confusas que ninguém entende, só eu, mas mesmo assim. Será bom saber, lá no futuro, como eu pensava nessa época mais confusa.
Sobre ser adulta: ainda estou insegura. É como andar de saltos, me sinto estranha, dói, mas parece certo, se encaixa melhor em certas situações. Não dá pra ser sempre a garota de all star.
Experimentar novas coisas me deixam com medo, mas empolgada. E eu adoro isso. Ouvi dizer que todo começo de nova fase é assim.



Fase de Pensar





















Vivo numa dessas quase toda semana. A pior parte de tudo é não saber se estou indo pelos trilhos certos ou se nem era pra seguir viagem; talvez só fosse pra parar e observar a paisagem. 
Tenho particularidades com o overthinking e não entender muito sobre assuntos profundos para os outros. Olhando de fora parece tão simples, assim como os outros olhando de fora os meus problemas, para eles, parecem simples. "Você não entende". Talvez eu entenda melhor do que ninguém, pois eu os vivo.
Então, depois de tanto observar e ver que ninguém - muitas vezes - entende ninguém, parei de julgar. Bom, não exatamente julgar, mas....é que a vida é tão mais do que isso. Se alguém te entende: ótimo. se a pessoa não te entende: ela não é obrigada. Não a force demais, isso não é justo. E cá pra nós, todo mundo tem uma história diferente e chegaram aqui por caminhos diferentes, acredito que achar alguém que interprete seus problemas da mesma forma que você aproxima-se de uma descoberta. Não que eu ache que isso nunca aconteça, longe de mim duvidar da vida, é só que nós exigimos demais de tudo e de todos, menos de nós mesmos. Ninguém é obrigado a nada e não estão errados se não te entenderem. "Eles deveriam me tratar melhor" "Hoje deveria estar chovendo" "Esse professor só pode estar de brincadeira" "Ela realmente disse isso ou" "Ela não deveria agir assim". 
Cut 
the 
crap
Ninguém é perfeito. Obvio que isso não significa que esteja permitido ser um inconsequente sem escrúpulos, mas você entendeu. Cada um vive sua histórias e sabe quais caminhos passou e por onde não quer voltar, então pare de tentar fazer todo o mundo entrar na sua caixinha. Andei pensando e realmente temos uma mania de carregar os problemas por aí como se eles fossem essenciais. Pois não são; estou deixando tudo na estrada e seguindo em frente. Tchau

Palavras

Minhas palavras fugiram. Antes elas praticamente choviam na minha frente, mas agora eu que tenho que ficar caçando goteiras por aí.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Aquelas palavrinhas



















Eu sempre gostei de tentar me entender, justificar minhas atitudes e meus momentos de silêncio que nem se me perguntarem quanto é um mais um eu responderei. Percebi que coisas obvias muitas vezes me irritam, e nem adianta me perguntar pois não sei porquê. 
A vida trata de dar tantas voltas, e eu, trouxa, achei que comigo não aconteceria. Achei que estava num caminho sem retorno e que de agora em diante eram só caminhos novos e planos. Pois é, dei de cara no chão, como sempre. Tudo isso parece sem sentido e, acredite, está muito mais confuso pra mim. 
Sempre achei estranho me definirem, principalmente pessoas que eu não conheço muito bem. Teve uma época que meu eu exigia definições externas de mim mesma para que eu pudesse me situar, mas agora eu acabei me perdendo e soltei meu eu dentro dessa caixinha de palavras intitulada "Débora" e agora está tudo misturado. Tudo grudou em mim. 
O modo como me vêm é quem eu sou? Quem eu passo ser é como eu quero ser lembrada? Quando mais de uma pessoa pensa algo a meu respeito que eu não concordo muito, fico preocupada. O meu passatempo agora anda sendo tirar de mim as palavras que não me agradam e deixando apenas aquelas que me "representam". Dizem que definir é se limitar, pois bem. No momento só estou definindo meus defeitos e dificuldades; minhas poucas qualidades eu deixo num canto e me preocupo com elas depois. Não preciso ser quem querem que eu seja.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Direção



























Estou tomando as rédeas da minha vida, estou no controle de tudo agora. Ou quase. A sensação é libertadora, mas ao mesmo tempo sinto um frio na barriga, um tal de nervosismo que eu sempre tive mas nesses dias anda num grau elevado. 
Partindo de hoje não estou mais apoiada apenas nas minhas pequenas certezas, achando que a vida me deve algo. Ando por ruas desconhecidas e pego ônibus sem destino. Conduzo, agora, o percurso pro futuro e eu decido por onde ir. Tudo que me atrapalha ou só faz barulho estou colocando pra fora, deixando na beira da estrada pra tomar seu próprio caminho. É assustador, mas gosto desse sentimento de ter que construir meu caminho e segui-lo sozinha. 
Nunca achei que era assim, estar rodeada de pessoas mas cada um num mundo diferente; todos apenas com um fator mutuo: a sede de desbravar caminhos e vontades diferentes. Se desafiar e superar as barrerias, não só encará-las e dizer que parece impossível, mas ir lá e provar a bruma de novas experiencias. Nada mais eficaz do que aprender caindo bem de cara no chão.
Estar no controle de tudo é purificador e tem seus riscos, mas a melhor parte dessa loucura toda é que você decide quando parar.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Colecionar palavras




















Saudades de escrever, pegar meus feijões, fazer um aglomerado de emoções e por na mesa pra todo mundo ver. Eu sinto escrevendo; pondo em palavras tudo parece mais concreto. Um pedacinho do meu coração vai em cada palavra. 
Tudo é bem calculado, faço isso e aquilo, durmo agora e acordo daqui uma hora. Sinto que estou ficando quadrada. Tudo está automático, tenho essa necessidade de pegar um par de asas e fugir pra qualquer lugar. Talvez nunca mais voltar. 
Mas tem algo que me prende, talvez seja a realidade. Ando querendo vida de adulto mas nem saí das fraldas direito. Independência é um longo e batalhado caminho que não se adquire da noite pro dia. De sonho em sonho vou me aproximando da minha realidade, cada dia dou um passo mais próximo do futuro. Parece um longo caminho, olho pra traz e vejo que já caminhei bastante, superei barreiras e enfrentei medos, mas o caminho á frente parece cumprido. Cada dia um passinho, parece pouco, mas me mantém em movimento. 
Andava sufocada com palavras que precisavam ser postas pra fora, então eu joguei algumas repetidas e guardei as outras. Agora me sinto leve pra continuar; posso voltar a colecionar palavras. 



quarta-feira, 19 de março de 2014

Aquela hora



















Eu não sei definir exatamente o que eu estou vivendo. Tudo está sem importância e as minhas preocupações estão bem definidas: Deus, faculdade e ficar calma. 
O ano já começou com grandes desafios e eu me pergunto se conseguirei atingir todos eles. Olhando daqui parece meio impossível, mas, de alguma forma, eu tenho esperança que tudo vai dar certo.  Afinal, eu não tenho outra escolha.
Antes eu achava que fazer faculdade na minha cidade não me faria "crescer" tanto quanto se eu estivesse em outra cidade, mas estou aprendendo que somos nós que fazemos nossas oportunidades e que, se eu já estou sofrendo com essa "mordomia" de morar aqui, imagina se eu estivesse fora, sem meus amigos por perto e a minha cama.
Estou aprendendo como o feijão da minha mãe é essencial e aprender a deixar as coisas no passado. Estou tentando deixar a vida mais simples. Me afastando de pessoas que não me fazem bem e fazendo as coisas que eu acho certo. Isso pode parecer meio egoísta da minha parte, mas eu estou precisando disso; me fechar pra conseguir me reconstruir e refletir sobre muita coisa.
Uma das coisas que eu mais gosto e odeio fazer é pensar sobre o meu futuro e o que eu quero fazer. É desesperador olhar em volta e ver todo mundo seguindo um rumo e você lá perdido no meio da estrada. Li em algum lugar que 17 anos é muito cedo para decidir o que irá fazer pro resto da vida. 
Estive pensando sobre e isso e cheguei a conclusão de que se tivesse tirado meu tempo para pensar, talvez nunca fizesse nada, por sempre sentir que "ainda sou nova" e "não estou preparada". A verdade é que nós nunca estamos totalmente preparados. Chega uma hora em que você tem que mergulhar de cabeça mesmo, sem saber de tudo e arriscar. Acredito que ninguém tenha vivido uma vida cheia de certezas ou sabia sempre o que estava fazendo. Talvez dê errado; talvez você acabe num mar sem fim de incertezas, mas isso a gente já tem: o não. Nós temos que mergulhar com a certeza que vamos achar alguma coisa. 
Ó, chega uma hora que a gente se perde mesmo, mas acho que essa busca  nos torna quem somos e nos prepara para desafios maiores, afinal, ninguém quer ficar a vida toda no mesmo lugar...ou quer, sei lá, você que sabe. 
Só sei que ando meio perdida, mas não desisti de me encontrar. Talvez seja uma daquelas horas que a gente dá um perdido na vida e para de se definir por um tempo, só vive, só sente, só descobre. Vou sair e me procurar, talvez eu esteja em alguma rua por aí, tchau. 



quarta-feira, 12 de março de 2014

Manoel e suas palavras

E aquele 
Que não morou nunca em seus próprios abismos 
Nem andou em promiscuidade com os seus fantasmas 
Não foi marcado. Não será exposto 
Às fraquezas, ao desalento, ao amor, ao poema. 

Manoel de Barros (no dia do seu aniversário - 19/12)

terça-feira, 11 de março de 2014

Se importar







































Eu e essa mania de viver se magoando com a rispidez alheia. Como não me acostumei com isso ainda? Acho que nunca irei, sempre tiro uma esperançazinha do bolso e assisto a pessoa atirar ela pela janela. Até perdi as contas de quantas vezes isso aconteceu.
Eu estou percebendo como é difícil deixar alguém ir. Como é difícil esse sentimento de uma mão só. Acaba com a gente, deixa o coração esfolado. Sabe, o mais difícil de aceitar é como as pessoas podem ser assim. O problema é que fica um buraco na gente, que eu não sei como preencher. Percebi que falar, espernear e gritar não adianta. Eu sempre tive essa esperança de um dia fazer a pessoa ver como eu vejo, mas eu percebi que isso nem sempre acontece e que, se está incomodado, é melhor ~pegar as coisas~ e sair. 
Eu realmente esgotei todas as minhas esperanças e não sei o quê fazer. Mas o mais engraçado é que ninguém realmente se importa, estão todos seguindo a vida e eu aqui, condenada a sentir. Antes eu me sentia muito sortuda por ser tão sentimental, mas hoje percebo que talvez não seja. Quiça seja um desafio continuar cheia de sentimentos depois de ter sido esvaziada tantas vezes. 
Percebo que aquela minha vontade de tomar um banho por dentro e deixar lavar tudo o que eu não queria sumiu. Eu decidi enfrentar meus problemas de frente, sem ser covarde; e isso vem sendo a fase mais difícil de todas, até agora. É difícil sonhar com uma coisa e ver que isso é meio que impossível de acontecer, pois nem tudo depende só de você, e, talvez a outra pessoa nem esteja tão interessada também. 
É custoso olhar o problema de frente, ver que aquilo realmente está ali, existindo e não tem uma forma de você consertar. Porque talvez não é pra ser consertado, é só pra ser e machucar, sem nem se importar. Deixar tudo jorrar e não tapar o buraco. Deixar tudo ir e nem sequer ver.
Mas no final do dia, naqueles últimos minutos antes de dormir, o que importa, realmente, não é se você perdeu a pessoa, mas se você não perdeu você mesmo.

Sobre aqueles malditos finais felizes





















Eu não sei porque d'eu ainda me estressar com os finais felizes. Acho que eu nunca vou me costumar com eles. Ainda espero que a mocinha se ferre e o mocinho fique com a moça má. Porque a vida é assim, na maioria das vezes.
Quando eu era criança, acreditava que quando crescesse descobriria que na verdade era uma princesa e que era muito rica. Droga de realidade, não? Estou aqui, no meu quarto com a parede descascada imaginando porque ninguém veio me buscar, me vestir um vestido rodado e me levar pra outro país. 
Pensando melhor, se aparecessem hoje tentando me colocar num vestido rodado, eu provavelmente daria um tiro. Já passei dessa fase, e outra: não estou mais afim de castelos, príncipes e vestidos. E eu também nunca ficaria bonita num vestido rodado, eu pareceria um bolo!
So, what's all about? Acho que não quero mais saber. Cansei de desvendar os mistérios da vida. Acho que vou fazer o que deveria estar fazendo faz um tempo: vivendo de verdade, sem pensar demais.
A vida, acredito, não é apenas sobre momentos felizes, sabe. E eu tenho que ficar me relembrando disso todo-santo-dia. Eu meio que gosto do difícil, aliás, daqueles momentos que não sabemos o que fazer. Pois é bem aí que a vida força a gente tomar decisões ou fazer loucuras mesmo. 
Estou me acostumando com a ideia de que: caras bonitos não ficam com as gordinhas estranhas e que nem tudo se resolve em menos de 50 minutos. The real life sucks, sometimes, but it's all we have tho.
It's time to start living in the real world, darling. Your real life is knocking on the door, go for it. You have a good life, and it's not going to get better if you just hang in there complaining about everything. It's time to make your life. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

Ser sentimental sozinha








































O passarinho cantava insistentemente pro sol aparecer naquele dia nublado. Sentada naquela cafeteria perto de casa do papel de parede bonito e um cappuccino do paraíso, notava como tudo estava sem compasso. Era meio estranho estar sentada ali sozinha, adorava estar rodeada dos amigos, mas aquela sensação nova de existir sozinha parecia interessante. 
A vida deu umas voltas em linhas tortas, admite, nem tudo saiu como planejou, mas a felicidade está presente todos os dias assim que acorda e abre as janelas pra dar boas vindas ao sol. 
Algumas pessoas a cobravam por ser tão quieta, mas ela concordava com Pessoa: existe no silêncio tão profunda sabedoria que às vezes ele se transforma na mais perfeita resposta...
Tem sido uma bela luta pra controlar seus sentimentos; cada tropeço uma lágrima. Cada dia uma nova dor, mas no fim do dia tudo se acalma, ela encosta a cabeça no travesseiro e pensa na nova oportunidade do amanhã. É bom assim, viver um dia de cada vez.
Reparou como é bonito a cidade quando o dia nubla..E assim, no meio de um pensamento qualquer ela viu alguém. Ele tinha um jeito de andar que chamava atenção, o cabelo acompanhava toda a poesia que era seus movimentos, fazendo tudo assumir um ritmo que ela nunca tinha visto antes. Olhou em volta e viu que tudo seguia seu rumo, parecia que só ela tinha se prendido naquela poesia, só ela entendia. De repente ela queria dançar, puxar ele pro salão e rodopiar. Vamos dançar, ela diria. Vamos criar um lugar escondido, faríamos o nosso show. 
Começou a chover e pela primeira vez em muito tempo, ela se deixou molhar. Era boa aquela sensação, ela havia esquecido como era permitir molhar e não se importar. Ela jurava que conseguiu ver o sol naquele instante. Naquele momento, bem ali.
Nesse meio tempo ele passou e ela não viu. Levou toda a música com ele sem nem olhar pra traz. Talvez um tanto confiante de seus versos brilhantes passou; a encantou de canto a canto e foi.
Ainda fazia um tempo bom pra desperdiçar sentimentos. Ainda fazia um dia bonito, mesmo sem cor. Ainda dava pra enfeitar a vida com sentimentos, ela viu. Era um dia bom.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Foi bom te ver





















Pode entrar, entra pra ver como tudo mudou de lugar e como vai levar tempo pra arrumar tudo de novo. Você nem fazia ideia, né?! Pois é. Eu me invento de novo, sem problemas.
Senta aí. Gostei do que fez com seu cabelo, te deixou mais leve...Você sabe que sempre quis cortar o meu e mudar de cor, mas sempre deixo pra depois e o "depois" nunca chega.
Ah, e nessa de sempre deixar pra depois, acabei deixando tudo e estou aqui, nesse lugar no fim do mundo e sem nada.
Acho que me perdi do mundo, mas não tenho interesse de voltar não...Como anda todo mundo? Encontraram a felicidade ou andam buscando dinheiro em cada canto?
Estou um pouco atrasada mas percebi que você não era o que me faltava, sabe?! Você sempre seguiu sua vida sem se preocupar e eu percebi faz pouco tempo que a gente realmente nunca daria certo, por incrível que pareca. 
E aquela minha fixação por ter olhos azuis? Cai na real e vejo que prefiro ter olhos da cor da noite. Combina mais comigo.
Guardo nessa caixa tudo que me faz feliz, espalhei felicidade por aí também....o que me aborrecia joguei no mar e cada vez me lembro menos daquelas coisas. 
Sou feliz aqui, agora, nesse momento. Estou aprendendo a fazer meu mundo, construir meus caminhos. Cada um sabe o que traz no coração, cada um sabe o que faz. Você não é mais uma necessidade. Desculpa dizer, mas estou me libertando. Me sentindo mais leve, sem ter que te carregar. Aonde quer que eu vá lembrarei de você, mas te deixo aqui e vou. Se tiver aluma coisa pra me dizer, me manda um e-mail, respondo assim que puder. Ou não.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Um texto aí



















“Me disseram “Você anda sumido” e me dei conta de que era verdade. Eu também, fazia tempo que não me via. O que teria acontecido comigo? Não me encontrava nos lugares em que costumava ir. Perguntava por mim e as pessoas diziam “É verdade, você anda sumido”. E “Que fim levou você?” Eu não tinha a menor ideia que fim tinha me levado. A última vez em que me vira fora, deixa ver… Eu não me lembrava! Eu teria morrido? Impossível, na última vez em que me vira eu estava bem. Não tinha, que eu soubesse, nenhum problema grave de saúde. E, mesmo, eu teria visto o convite para o meu enterro no jornal. O nome fatalmente me chamaria a atenção. Eu podia ter mudado de cidade. Era isso. Podia ter ido para outro lugar, podia estar em outro lugar naquele momento. Mas por que iria embora assim, sem dizer nada para ninguém, sem me despedir nem de mim? Sempre fomos tão ligados. No outro dia fui a um lugar que eu costumava frequentar muito e perguntei se tinham me visto. Não era gente conhecida, precisei me descrever. Não foi difícil porque me usei como modelo. “Eu sou um cara, assim, como eu. Mesma altura, tudo”. Não tinham me visto. Que coisa. Pensei: como é que alguém pode simplesmente desaparecer desse jeito? Foi então que comecei, confesso, a pensar nas vantagens de estar sumido. Não me encontrar em lugar algum me dava uma espécie de liberdade. Podia fazer o que bem entendesse, sem o risco de dar comigo e eu dizer “Você, hein?”. Mudei por completo de comportamento. Me tornei - outro! Que maravilha. Agora, mesmo que me encontrasse, eu não me reconheceria. Comecei a fazer coisas que até eu duvidaria, se fosse eu. O que mais gostava de ouvir das pessoas espantadas com a minha mudança era: “Nem parece você”. Claro que não parecia eu. Eu não era eu. Eu era outro! Passei a me exceder, embriagado pela minha nova liberdade. A verdade é que estar longe dos meus olhos me deixou fora de mim. Ou fora do outro. E um dia ouvi uma mulher indignada com o meu assédio gritar “Você não se enxerga, não?” E então, tive a revelação. Claro, era isso. Eu não estava sumido. Eu simplesmente não me enxergava. Como podia me encontrar nos lugares onde me procurava se não me enxergava? Todo aquele tempo eu estivera lá, presente, embaixo, por assim dizer, do meu nariz, e não me vira. Por um lado, fiquei aliviado. Eu estava vivo e bem, não precisava me preocupar. Por outro lado, foi uma decepção. Concluí que não tem jeito, estamos sempre, irremediavelmente, conosco, mesmo quando pensamos ter nos livrado de nós. A gente não desaparece. A gente às vezes só não se enxerga.” 
— Luís Fernando Veríssimo.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Quote de crepúsculo, hm



















“Afinal, de quantas maneiras um coração pode ser destroçado e ainda continuar batendo? Nos últimos dias, eu tinha passado por muitas experiências que poderiam ter acabado comigo, mas isso não me deixou mais forte. Ao contrário, eu me sentia horrivelmente frágil, como se uma única palavra pudesse me despedaçar.” 
— Bella Swan.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Oi



















Talvez o problema seja eu mesmo. Talvez se eu começar a aceitar todas as acusações um dia elas param de chegar, pois eu nem ligarei mais. Quando você não se importa perde a "graça".
Tem um espaço aqui dentro que um dia eu sonhei que fosse preenchido, mas talvez não seja pra ser. Talvez num futuro bem distante, eu construa a minha família e tenha três filhos. Dois é um número traumático pra mim.
Eu sempre aguentei as pontas. Nunca ninguém soube de nada. Mas de uns dias pra cá sinto que estou vazando, as pessoas estão começando a ver que eu sempre fui um rio de sentimentos em forma de gente. Uma palavra e as lágrimas ameaçam a cair. Um impasse e tudo vira rio. 
Tento não viver mais pela "preocupação" das pessoas. Se se preocuparem, bom. E se não também, eu não  estou esperando mais nada. Talvez eu deva aceitar como as pessoas são.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Rápidas percepções

Hoje eu percebi que não sou muito boa em fazer poemas, mas sim de interpreta-los. Já que tirei oito na prova de estudos da linguagem....Fiquei muito surpresa pois eu tinha escolhido o mais difícil, pelo que me falaram haha
Sou boa com ironias, acredito. Adoro dar uma de escritora e me sentir repousada pelas palavras.
Dou risada de tudo, muitas pessoas não entendem as vezes.
Estou vendo as situações mais por fora agora. Estou conseguindo pensar melhor antes de agir, é melhor pra mim no final do dia. Menos coisas pra se arrepender.
Ando gostando de outras bandas, andando com pessoas que eu nunca pensei que andaria antes e parece que eu achei meu lugar.
Sabe, umas coisas aí andam perdendo a importância pra mim e outras tomando seus lugares.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Paredes

Quando a gente só é prensado contra a parede
tudo na gente fica quadrado
tudo fica plano
tudo passa reto
nada
para
nada
fica
nada
conta

Quando tudo é de cimento
tudo fica cinza
é tudo rocha

quadrado é a forma
que construo
essa parede
a minha volta
para que
ninguém 
tenha que
aguentar
as minhas
abobrinhas


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Jogo



















Me nego a acreditar que você tenha dito aquilo. Você não estava em sí. Não, não, não. Mas você disse, você foi lá e abriu a porta para que todos os maus sentimentos batessem bem no meio da testa e me fizessem  perder a certeza.
Posso ver minha vontade de fazer isso dar certo virando a esquina lá na frente e nada me da vontade de ir busca-la e amarrar em mim de novo. Vou ficar aqui um tempo sentada olhando, sem fazer nada, e ver no que dá. 
Tudo esta a minha volta, ao alcance da minha mão. Não consigo me mexer, eu não sei exatamente o que fazer. Tudo esta rodando. Uma música antiga tocando de fundo. Tudo está claro demais, preciso dos meus óculos; meu enquadramento do mundo. The pain is staring me right at my face. Nos meus ombros, todo o peso do mundo. Minhas olheiras tornaram uma parte fixa do meu rosto, ninguém as nota mais.
Nada é de verdade.Tudo é um jogo, ou você se dedica a ele ou você perde. Eu perdi.



Pretensões



















Eu nunca tive a pretensão de estar sempre certa. Nem acredito que alguém possa acertar sempre. Nem que essa pessoa pense mil vezes antes de falar e não aja por impulso. 
Eu sou muito estranha, sei disso. Sou agora e logo depois, não sou. Sou e deixo de ser num piscar de olhos. Acho que estou crescendo, definindo o que é prioridade e o que pode deixar pra lá.
Ando decidindo onde quero ir e quem quero levar comigo. Não estou fingindo mais, estou sendo o mais clara possível. Talvez esse meu jeito de agir incomode, mas eu estou fazendo o que deveria ser feito. Estou sendo franca, agindo de verdade. 
Posso me posicionar errado as vezes, sendo acida demais. Mas aprendi que quando apanhamos demais, ou a gente aprende a bater ou nada muda. Tudo afunda mais. Você afunda mais.
Não tenho certeza de nada, não quero estar sempre certa. Na verdade...não tenho certeza de quase nada.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Eu escolhi sentir






















Hoje eu percebi que ninguém se importa. E eu me acostumei com isso, não sei se é bom ou ruim, mas me acostumei. Me pergunto se percebem o que fazem ou se fazem pois são insensíveis. 
Fico chateada quando escuto conversas fora do meu quarto e não fazem questão nenhuma de me incluir. Não gosto quando estou falando e me interrompem sem pedir licença e continuam a conversa como se eu não estivesse ali. Me pergunto se eles percebem que me fazem mal e eu não consigo mais sair do meu quarto a não ser para ir para a faculdade e tomar banho. Será que não percebem que é irritante eles rirem dessa forma quando estou em meu quarto tentando me acalmar da discussão de 5 mnts atras? Será que percebem que tudo em mim doí quando eles me insultam ou me mandam "sumir"? Acho que não.  
Quando eu fecho os olhos posso sentir cada dor de cada lugar. Sei quem colocou cada cicatriz em cada lugar. Mas ninguem consegue vê-las. São minhas, todas minhas. Cada dia aparece uma e eu me viro sozinha com ela.
Não vou mais espalhar meus problemas por ai, vou guarda-los numa caixinha e lidar com eles quando der. 
Percebo que minha necessidade de sair daqui - nem que seja por uns meses - é mais do que necessário. Esta virando minha unica prioridade. 
Eu acho que a parte mais triste de tudo isso é a pessoa ser alheia as minhas lagrimas e aos meus apelos. Você esta tentando achar uma solução e a pessoa esta pra lá e pra cá, fazendo tudo, menos te escutando. 
Deixar de se importar é complicado. Se acostumar com a frieza é tudo o que eu menos quero. Não quero me tornar alheia, não quero passar pisando nas pessoas e não perceber. Não quero deixar tudo isso afetar quem eu sou/quero ser.
Sinto que estou desaparecendo. Deixando de existir assim como Macabéa. Estou aqui, me encarando em um espelho enferrujado, perguntando-me se existo mesmo ou se sou inventada. 
PS: Desculpe-me regras sintáticas, Othon Moacyr Garcia e afins. Não estou muito ligada a regras ou clareza hoje.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cocker-spaniels



















Os cocker-spaniels costumam apresentar um comportamento trágico, porque, entre todos os cães ou cachorros, talvez sejam os que mais se preocupam com o futuro. Um verdadeiro cocker-spaniel costuma varar noites fazendo planos e tentando prever o que vai acontecer. Se acham que vai acontecer isto, fazem aquilo.Se acham que vai acontecer aquilo, fazem isto. Em vez de viver o presente, andam de cabeça quente, aflitos com a saúde, pensando em doenças que podem pegar, em acidentes que talvez aconteçam, em dividas, perigos, imprevistos, assaltos, incêndios, terremotos e todo tipo de desgraça. Talvez por essa razão acabem perdendo o cabelo, engordem muito e e vivam com a testa franzida e um ar de eterna preocupação. Essa espécie que late raramente abana o rabo, não consegue sentir prazer com quase nada, não gosta de comemorar, de dançar, nem de brincar, e muito menos de receber e visitar amigos. Normalmente, os cocker-spaniels ficam de cabelo branco antes do tempo, adquirem tiques nervosos, os olhos inflamam por causa das noites passadas em claro e, no fim, tornam-se vitimas de reumatismo, enxaqueca, espinhela caída e caduquice precoce. Jovens ainda, esses cães ou cachorros enterram ossos no jardim, depois esquecem onde os enterram, ou então ficando latindo quando não aconteceu coisa alguma. 

Ricardo Azevedo. 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Só um textinho

Feliz e realizada com o que vem esse ano. Hoje eu tive uma conversa que me ajudou muito a dar um pontapé na minha mudança  de "eu". Agradeço muito a Deus por me amar e viver me dando novas chances de ver o quão valiosa eu sou pra Ele e como Ele tem planos pra mim; mesmo eu sendo assim tão defeituosa e pecadora. 
Eu sempre tiver problemas, mas sempre tive uma enorme fé e sabia que um dia eu sairia daquela e os dias escuros ficariam para trás. Hoje eu posso ver os dias melhores logo à frente e tudo o que eu tenho que fazer é confiar no Senhor e viver Sua palavra. O resto será acrescentado. Viver o amor; e repassa-lo (o mais importante). 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Um ajuntado de palavras que virou um desabafo



















Sabe, não anda fácil viver esses dias. Cada hora uma coisa, uma pergunta, uma cobrança. Vou perdendo o ritmo e só quero ficar em casa. Não deveria ser assim. 
Carrego em mim muitas culpas, muitos passados. Ando com os passos pesados. Cansei de andar assim arrastada, quero me livrar de tudo isso e me sentir leve novamente. 
Estou crescendo e não estou deixando mais que meus sentimentos afastem-me de mim mesma ou dos meus sonhos. Opinião maldosa alheia está virando só um barulho de fundo; e assim como a rua barulhenta que fica atras da minha casa: estou desligando-os.  
Decidi parar de só ver meus problemas. Não vou guardar rancor. Focar só nos problemas faz mal pra gente e até esquecemos das coisas boas em volta. As magoas misturadas com os bons sentimentos acabam infectando tudo.
Dizem que não existe luz sem escuridão, certo? Dia e noite, não e sim, branco e preto. Problemas e horas felizes. A vida é assim mesmo, dizem. Uma hora cala, outra fala. E a vida vai levando. Não devemos focar apenas no escuro, mas saber que a luz uma hora vai chegar. Ás vezes a boca cala para o coração ter sua vez. Talvez esse seja o tempo de aprender, não falar.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014





































Saiu e bateu a porta. Levou consigo toda a esperança que achou e saiu pra tomar um ar. Ver a luz. Sentir a brisa no rosto e o cheiro de novos dias chegando.
Desceu umas ruas, virou outras e subiu umas avenidas. Encontrou um lugar meio isolado no meio de tudo e sentou ali. Pensou na vida e como tudo parecia pequeno olhando dali. As vezes é preciso sair dos problemas, desfocar deles e pensar melhor. 
Olhou o céu e não pensou mais em nada, só admirou.
Tudo vai ficar bem. 
Voltando pra casa esqueceu de virar a esquerda e depois a direita e depois duas a esquerda. Fez um caminho diferente. Acabou parando em um lugar que não parecia de onde saiu. Tudo estava pior. E não poderia fazer nada pra arrumar tudo aquilo.
Assistiu seu filme favorito.
Chorou. Apaixonou-se pelo futuro.
Sentiu-se como se o mundo estivesse vazio. A música que escutava fazia eco, até que chegou ao fim e estava sozinho novamente. Quando se sente sozinho dessa forma não é muito possível pensar concretamente.
Desejou que tudo fosse um filme e que a parte boa chegasse logo.
Jogou esse desejo pra longe. Chega de ser esse tipo de pessoa que deseja que a vida seja um filme e que o feriado preferido seja o natal.
Cansou de sentir demais. Perguntou-se se aquilo era um privilegio. Decidiu que de agora em diante seria. E foi.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Hey



















Eu tenho tentado esquecer, viver tudo no agora e esquecer tudo, ser diferente e tudo. Tentar esquecer em que parte do meu quarto eu joguei minhas magoas e continuar em frente como se nada nunca aconteceu.
Mas aqui esta cheio de lembranças, parece que faz parte de mim. Eu quero deixar pra traz mas fica voltando a tona sem que eu mencione. Em uma conversa, uma foto, lá está. As memórias vêem como uma cachoeira. O que poderia ter sido. O que eu poderia ter feito ou o que você poderia ter feito. O que não ajuda muito, na verdade.
Tudo poderia simplesmente ir. Eu poderia tomar um banho e tudo descer pelo ralo; acabar parando no rio das más lembranças que querem ser esquecidas mas não vão embora..
Mas é claro que não é assim. 
Não posso deixar minhas magoas mal resolvidas jogadas por aí, tenho que pega-las, encara-las de frente e falar umas boas verdades. Falar que elas não me definem mais e não vão ditar como eu ajo. São outros dias, eu mudei, tudo mudou. Dizer que acabou, não tem volta, não tem como desfazer o que já foi feito. Só posso mudar minhas atitudes e deixar que o resto apenas exista.
Cansei das mesmas dores de cabeça, está na hora de viver coisas novas - e até me preocupar com novas. Está na hora de evoluir. Go ahead not be stuck.



sábado, 11 de janeiro de 2014

Inspiração, pq sim



Oi. Como anda a vida? A minha anda confusa, como sempre. Mas ó, esses dias eu estava perambulando na internet aproveitando meus últimos dias de férias e encontrei um post num dos meus sites favoritos, o hypeness. E lá eu encontrei um post falando de um senhor que desistiu do emprego de advogado e foi ver o mundo! 

























E mais interessante: ele tem uma super tatuagem nas costas do mapa mundi nas costas e pinta os países que já visitou!























Inspirador, não? :P

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O que 2013 me deixou








































Imagino o que eu estava fazendo nesse dia ano passado. Talvez esperando o resultado do vestibular, talvez dormindo e querendo esquecer a virada de ano que eu tive - que foi terrível! Não sei..
Cresci, isso definitivamente aconteceu. Passar todas as minhas tardes do ano na faculdade, das 7:15 da manhã até umas 7 da noite me fizeram viver, aprender, ver e pensar muita coisa. Aprendi muito, ignorei muita coisa -quer precisavam ser- e senti aquele sinal de teria que deixar meus sentimentos colegiais de Mãe, me ajuda pra traz. Não que eu não tenha choramingado algumas vezes... não sou de ferro ;P
Sou muito grata por 2013 ter me feito sofrer tanto quanto sofri. Aprendi muito, vi que precisaria correr - e muito - para ser alguém na vida. 
Percebi que entrar na faculdade publica foi minha melhor decisão e melhor: eu a tomei sozinha. Corri pra lá e pra cá vendo as coisas e hoje posso dizer: J'aime la langue française et "un jour" je vair parler Fraçaise très bien. :D Aprendi Francês! Ainda estou no comecinho - por isso se você fala francês ignore se encontrar algum erro na minha frasezinha -, mas nunca imaginei que iria aprender a falar esse treco fofo ahah
Em 2013 tive mais coragem. Enfrentei meus problemas de frente e perdi - um pouquinho só - a vergonha de falar em publico. Ajudei a organizar um evento e comecei a ganhar dinheiro por mim mesma. Defini, mais ou menos, o que queria fazer no futuro e tive uma visão, definitiva, do que eu não queria ser. 
Decretei que Assis não é o meu lugar. Sinto que preciso viajar e conhecer todos os lugares possíveis e quem sabe viver no interior da Noruega, Grécia ou Alemanha. Ou no Rio. Eu amaria viver no Rio, sério.
Ah, me apaixonei novamente por Inglês. Contraditoriamente à frase ali em cima :P Dentre tantas outras línguas escolhi ela para me especializar e um dia terei orgulhosamente meu diploma de licenciada em Inglês, excuse me.
Ano passado me aproximei mais de Deus. Foi uma das melhores coisas que eu fiz e isso me deu mais forças para continuar. Não conseguirei expressar em um simples texto a mudança que eu tive espiritualmente em 2013, mas Deus sabe e o agradeço todo dia pelo crescimento que tenho vivido e pela nova chance que Ele me deu.
Descobri também que gosto de fotografia&design, comprei minha primeira câmera e um dia eu vou dominar esse negócio ahahah Por mais borradas que as minhas fotos fiquem e estranhas as minhas edições sejam, sei que um dia serei muito boa nisso ahaha
Percebi que odeio cortar o cabelo e que só vou cortar as pontinhas daqui pra frente. Nem que meu cabelo fique tão grande que eu pareca uma Mangá, irei tirar o comprimento dele. 
Acredito que a palavra de 2013 pra mim foi Aprender. Aprender a me conhecer, aprender novas línguas...mas aprender. 
Qual será a palavra para 2014?